segunda-feira, 19 de março de 2012

Acessibilidade na Unifor. Cadê?

Esse é o post mais esperado por mim para publicar na Rua, já que é na Unifor que passo a maioria das horas dos meus dias. Então, vamos a ele!

Para começar, temos essa belíssima obra de arte localizada no Bloco A da Universidade de Fortaleza e que a maioria já deve conhecer, mas que não podemos deixar de divulgar o absurdo que se encontra nessa rampa-escada.


A famosa rampa-escada ou escada-rampa, sei lá!
A maior ironia que já vi na vida foi um evento sobre Acessibilidade acontecendo neste mesmo bloco. Mas os absurdos não param por aí, vejamos as próximas rampas.

Nos blocos mais antigos, como o C, o J e o I por exemplo,  as rampas possuem uma declividade maior que 12,5%, que seria o máximo permitido pela ABNT 9050, em situações extremas. Mas pasmem! ao calcular a declividade da rampa do bloco I, achei uma declividade de 25%. Isso quer dizer que a cada 1 metro, ela sobe 25 centímetros. Para um cadeirante subir sem precisar de ajuda seria necessário uma declividade de 8%! Vale lembrar que a única forma de subir até as salas localizadas no andar de cima é justamente por essas rampas. 


Rampa do bloco J.

Subida. Cansei.


Degrau após a rampa. Oi?



As outras rampas localizadas no bloco D e no bloco K por exemplo, possuem uma declividade menor, mas ainda assim um cadeirante sentiria enorme dificuldade em subir sozinho. Lamentável.

Rampa do bloco K.

Por fim, chegamos ao Centro de Convivência, o famoso CC, onde a acessibilidade também está bastante defasada. A principal forma de subir até às Videotecas é a escada em espiral, e muitos não sabem, mas existe sim um elevador para deficientes, que infelizmente está localizado em um lugar bem escondido próximo ao banheiro feminino e encontra-se, atualmente, com defeito. Além disso tudo, outro fato lamentável é que essa localização é extremamente quente pelo turno da tarde, já que a fachada do Centro de Convivência está voltada para o oeste e portanto recebe raios solares durante boa parte do dia.

Escada em espiral do CC.

Elevador do centro de convivência. Estado atual: com defeito

Pelos exemplos mostrados, apesar das várias reformulações ao longo dos anos, e vários avanços positivos, como a retirada de desníveis em alguns blocos, ainda há um longo caminho a ser percorrido para uma acessibilidade efetiva no Campus.

8 comentários:

  1. acho que eles têm vergonha do elevador, pela localização...

    e essa rampa-escada é uma piada pronta.

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  2. Essa rampa da Unifor é famosa, hein! Parabéns pelo post, novamente!! tava na hora de alguém falar sobre o resto da acessibilidade nessa universidade. Realmente, fica difícil identificar o elevador sem estar devidamente sinalizado..
    O trabalho está muito bem feito!!! Abraços!
    Ps.: Pq toda biblioteca é quente? rsss

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  3. Sério que você acha a biblioteca quente? Eu nem acho, eu adoro aquele lugar! hahaha

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  4. As inclinações são resultado de obras que antecederam a nbr 9050, mas já está passando da hora para a Unifor agir e tomar providências, repensar suas prioridades. Os problemas de acessibilidade são gritantes. E esta fachada do CC é ridícula... é incrível, com tanto conhecimento acumulado ainda somos capazes de propor obras assim, equivocadas. Deviam convidar seu autor para tomar um cafezinho alí, nas primeiras horas da tarde. Pôxa, e não é na Unifor que existe um dos melhores cursos de arquitetura do norte e nordeste????

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  5. É, as rampas são beeeem antigas. Mas ninguém fala em mudanças, ou em projetos de acessibilidade nesses blocos. As turmas que tem alunos cadeirantes precisam mudar para uma sala no térreo, muitas vezes em blocos mais afastados. E em relação a essa fachada do CC, acho uma tristeza, só lamento pelo "profissional" que a projetou. E outra, a Unifor tem um dos melhores cursos de arquitetura do norte e nordeste mas tem laboratório de conforto ambiental com ar condicionado. Vai entender...

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  6. Ops, li errado.. vc falou *videotecas e eu li bibliotecas, rsss. Nunca fui na da Unifor, mas as bibliotecas de duas universidades que já frequentei são quentes. Por isso comentei, rssss. E pelo visto, vc falou que quente é o CC, nem sei se a videoteca tbm é, rsss. Li errado seu comentário x)

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  7. Eu sou cadeirante, tetraplégico e estudo na UNIFOR, realmente a acessibilidade é péssima, e olha que vc não observou que em toda universidade não tem um banheiro unissex acessível. Quem é tetraplégico urina através de um cateter de alívio quem faz esse procedimento, por vezes é minha esposa, então o que fazer, transcar o banheiro masculino, ou o feminino? Que constrangimento durante 4 anos!!!

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    1. Olá, Fábio! Ficamos contentes que essa postagem tenha chegado até você, que certamente sabe (e sofre) mais que ninguém com essas deficiências de acessibilidade. Seria ótimo que a Unifor tomasse providências, especialmente quanto ao bloco A. Quanto ao banheiro unissex, realmente não havíamos pensado a respeito, obrigado pelo comentário e pela informação!

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