terça-feira, 24 de abril de 2012

Lagoa do Opaia - O Parque.

A acessibilidade passou muito longe dali, em algumas partes a vegetação está um pouco mais alta que o desejável, mas está ocupada. A Lagoa do Opaia, no bairro Vila União, é um bom exemplo de espaço público ocupado e importante para a comunidade, mas que precisa de (muito) mais atenção e cuidados do poder público.




Num sábado à tarde, pudemos ver, às margens de toda a extensão da lagoa, a comunidade desfrutando do espaço comum apesar das deficiências do local. Equipes de futebol, praticantes de cooper ou caminhada, cadeiras sob as árvores, ou brincadeiras infantis como a pipa, desaparecida de outros bairros, estavam ali marcando presença. Ao fundo havia um pequeno circo de passagem, junto à parada final da linha de ônibus do bairro, mostrando a vocação do espaço para ponto de encontro da comunidade.
Não só as margens como a própria lagoa é utilizada pelos moradores. Além da lavagem de veículos, alguns se aventuram a se banhar por ali.

Calçada inacessível e com mato crescendo.

Uma das ruas vizinhas à lagoa.

Equipamentos ociosos em meio ao capim

Observando que só metade do entorno está urbanizada, com residências sem saneamento junto à area, provavelmente despejando resíduos na lagoa, já dá pra começar a observar que a urbanização do local é algo mais complexo que varrição, campinagem e limpeza periódica do local. As calçadas, que poderiam ser largas e acessíveis, sequer existem em alguns pontos. Em outros, se observa que veículos motorizados utilizam o espaço como atalho. Junto à parada de ônibus há acumulo de lixo em lugar proibido e sinalizado. Há parquinhos para as  crianças, mas ao menos durante a tarde, estavam vazios, pelo mato alto e porque as estruturas, de ferro, não são muito convidativas sob o nosso sol.

Moto circulando no passeio.

Trecho do entorno sem calçadas.

Aviso não é respeitado.

Percebe-se que mesmo estratégias simples que vem sendo adotadas pela Prefeitura em outros espaços, como a academia ao ar livre, shows ao ar livre, oficinas ou algum tipo de aula para a comunidade não existem ali. Até mesmo detalhes como pintura dos equipamentos públicos, destoantes da identificação visual presente nas praças e parques da Prefeitura, ou mesmo a ausência de lixeiras denunciam que a atuação do poder público pouco vai além da limpeza periódica, reclamação antiga dos frequentadores.

Onde poderia haver grama, equipamentos de ginástica ou mesas, só areia.

De forma geral, duas coisas se destacam no local: a vocação da Lagoa do Opaia para área de lazer e socialização de um bairro conhecido pela vida em comunidade, e o esquecimento da Prefeitura em relação a ela. Ressalte-se que o local, em teoria, tem status de Parque conferido  pela própria Prefeitura, há décadas. No entanto, além da situação encontrada, nem mesmo placas indicativas do local existem, o que colabora para seu esquecimento até mesmo dos moradores de regiões vizinhas, carentes de espaços públicos amplos.

3 comentários:

  1. é triste notar que as praças bonitas que ainda restam na cidade assim o são porque são cuidadas por particulares. A Praça Argentina Castelo Branco, no Bairro de Fátima, por exemplo... são os moradores do entorno que cuidam dela!
    Se deixar a cargo da prefeitura, fica abandonada. Mas não é assim que deveria ser..

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  2. É lamentável, Paula. Nós também pretendemos visitar algumas dessas praças pra podermos fazer o contraponto entre essas áreas livres. E vai ser logo logo.

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  3. muito bom o blog! temos mesmo que criticar e enxergar nossa realidade urbana como é se desejamos uma cidade melhor

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