A Lagoa do Porangabussu.

Continuando nossa série sobre espaços livres em Fortaleza, visitamos a Lagoa do Porangabussu. Próxima a um dos Campus da UFC e do HEMOCE, um lugar tão tradicional pra quem mora no entorno quanto desconhecido pra quem não é da região.

A lagoa, que dava nome ao bairro que hoje se chama Rodolfo Teófilo, fica um pouco escondida para as pessoas que não conhecem bem o lugar. Assim como ela, há outros pontos de interesse que ficam desconhecidos da maioria da população bem próximos dali, como o serviço de oftalmologia da UFC (desgarrado do Campus), e a Igreja de São Raimundo.

Ela passou muito tempo em situação de degradação, tanto pelo abandono dos arredores como pela poluição causada por esgoto clandestino, a ponto de não se ver a água. Há alguns anos, a prefeitura iniciou uma ação em que realizou a limpeza, integração das casas ao redor à rede de esgoto e urbanização do entorno, que beneficiou bastante a área, como podemos ver. Além de quadras de esportes, uma pista de skate e playground (com brinquedos de madeira, bem mais adaptados ao nosso clima que os de metal), o lugar recebeu também uma academia ao ar livre (que, pelo que observamos, só deve ficar aberta nos horários de aula, infelizmente), bancos ao longo do passeio e paisagismo. 

(clique nas fotos para ampliar)

área arborizada.

a grama está aparada e os bancos, conservados.

academia trancada.

brinquedo e grama aparada.

frequentadores.

pequena rampa de skate e equipamentos de ginástica.

quadras de esportes.

área é local de passagem no bairro.

A lagoa.

O lugar destoa um pouco das reformas recentes da prefeitura, pois não há indício de acessibilidade, nem mesmo piso tátil, o que é uma pena. 

calçada ampla e plana, mas sem elementos de acessibilidade.

Quanto à segurança, não vimos a presença de Guarda Municipal nem PM, apesar das instalações estarem conservadas e haver uma edificação da Prefeitura no entorno, mas que estava fechada. Na tarde que passamos lá não tivemos nenhuma sensação de insegurança, o lugar estava bem tranquilo.

edificação fechada.

pessoas aproveitando a paisagem.

 Durante o tempo em que estivemos por lá, várias coisas chamaram nossa atenção. A presença de crianças das ruas próximas ocupando as quadras, a proximidade das casas em um dos lados e as pessoas com seus cachorros marcavam a presença da comunidade na área, usando o calçadão como passagem habitual, mas também havia pessoas, que, foram aproveitar a paisagem e tirar fotos, mostrando o potencial do lugar em uma cidade carente de espaços abertos. Aqui, como na lagoa do Opaia, a falta de sinalização e divulgação do local restringe seu uso, pois, longe de grandes vias, certamente muitos desconhecem esse espaço. O fato do calçadão ficar em área exclusivamente residencial, afastada da UFC, colabora para esse isolamento.

Infelizmente, nem tudo depende do poder público, e apesar de o local, de forma geral, estar bem cuidado, muitas atitudes de usuários e moradores são reprováveis. O problema do esgoto foi minimizado, mas certamente ainda há ligações clandestinas, apesar de ter peixes e aves nas águas. Se vê lixo em alguns lugares, mesmo havendo algumas lixeiras. Nas limpezas periódicas, grandes quantidades de lixo são retiradas da lagoa e seu entorno. Lamentável também o que vimos quando já estávamos indo embora. jovens que provavelmente residem na região escrevendo nos bancos, parecendo não ter a consciência de que aquele é um local de todos, inclusive deles, que merecem encontrá-lo íntegro sempre. Uma pena.

Pequeno vandalismo sem sentido.

Sacola plástica na água.