quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

As passarelas (ou a falta delas)

Passarelas são como pontes, mas para pedestres. E é aí que começa o problema. Numa realidade em que os carros sempre tem preferência, passarelas são sucateadas ou simplesmente não existem, num sintoma da invisibilidade de quem anda a pé.



Vem se arrastando há algum tempo a polêmica (agora já mais fria) sobre a passarela do Centro de Eventos do Ceará. Após muitas idas e vindas do caso, o fato é que após uma passarela provisória ser retirada no ano passado, outra foi instalada esse mês, como paliativo até a vinda da definitiva (ainda não licitada). O governo promete algo no estilo da passarela do Pina, em Recife. Além do Centro de Eventos, outros pontos beneficiados seriam o Aeroporto Pinto Martins (que já deveria ter uma há muito tempo) e o Shopping Iguatemi.

E lá em Salvador, passarela coberta. Foto: Irlena Malheiros.

Enquanto isso, a realidade das poucas passarelas espalhadas pela cidade é de insegurança, como na BR-116 (que possui menos passarelas que o necessário, levando o DNIT a reduzir a velocidade da pista, ao invés de edificar passarelas), ou na avenida Washington Soares. Relatos de assaltos não são raros, e aliados à falta de elementos de segurança em algumas, servem como desculpa para a população se aventurar entre os carros. Afinal, porque as passarelas são tão desprezadas por aqui?


passarela da Aerolândia, na BR-116.

Mais uma na BR. Observem as grades, ou a falta delas.

Passarela sobre a avenida Washington Soares.

Claro, importante lembrar que uma educação de trânsito que incentive o pedestre a não atravessar na pista e preservar o equipamento é necessária, mas isso é só uma parte do problema. Antes de tudo, é necessário que as passarelas existam e sejam funcionais. Afinal, ninguém quer arriscar a vida à toa, né?


Passarelas como atrativo turístico

Com um pouco de criatividade, as passarelas podem se tornar mais que uma passagem de pedestres. Um bom exemplo é el Puente de la Mujer, em Buenos Aires. Essa passarela foi projetada por Santiago Calatrava, um dos mais renomados arquitetos da atualidade, simbolizou o resgate de uma área esquecida da cidade e se tornou um dos símbolos portenhos.

passarela e monumento, por que não?
 Outro exemplo na mesma cidade é essa passarela sobre uma grande avenida, em frente à Faculdade de Direito.


Pra ver que aqui também dá pra fazer, terminamos com a passarela mais bem sucedida da cidade até agora,  um ícone da cidade no nosso Dragão do Mar, passando sobre a rua José Avelino.

Passarela projetada pelo Fausto Nilo, arquiteto cearense.


3 comentários:

  1. Essa passarela em frente a faculdade citada acima lembra muito as do Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro.

    ResponderExcluir
  2. http://leonardofinotti.com/projects/glass-house/image/00504-120227-005d

    ResponderExcluir
  3. Verdade, lembram mesmo! Mais um bom exemplo de passarela e bom uso do espaço público. :)

    ResponderExcluir