domingo, 6 de maio de 2012

Sobre a Praça José de Alencar.

Dia desses visitei a Praça José de Alencar pra fazer um trabalho de faculdade e me deparei com vários fatos interessantes que merecem ser passados adiante, sejam eles bons ou ruins.

Praça José de Alencar.

A Praça fica localizada no centro de Fortaleza, e em seus arredores encontram-se o Teatro José de Alencar, o IPHAN, o Edifício Philomeno Gomes(antigo Lord Hotel), a Igreja Nossa Senhora do Patrocínio e o Centro de Especialidades Médicas José de Alencar, além de inúmeros comércios de varejo e ambulantes que permeiam as calçadas dos quarteirões e da própria praça. 


Teatro José de Alencar.


CEMJA
IPHAN
Esse local, que já abrigou um grande terminal de ônibus urbanos e que terá, em breve, uma das principais estações do Metrofor, a Lagoinha, sempre apresentou vocação para local de passagem através dos tempos. Atualmente, por causa da obra, uma parte da praça está fechada, onde funcionava o antigo Beco da Poeira, conhecido centro de comércio popular fortalezense que foi desapropriado e se mudou para uma área próxima.

Futura Estação da Lagoinha, do Metrô de Fortaleza.

Comparada à Praça Clóvis Beviláqua a situação era menos pior (tinha até lixeira!), mas ainda assim, insatisfatória, como era de se esperar, já que o centro não é a área mais nobre da cidade e, portanto, os investimentos e cuidados para se manter esse tipo de espaço público não são suficientes.

A situação mais grave com a qual me deparei foi a de que moradores de rua estão se instalando na praça. Tomam banho, dormem, lavam roupas em torneiras de canteiros e estendem as roupas para secar em bancos e vegetações, como é possível ver nas fotografias seguintes. (Cliquem nas fotos para ampliá-las).

Roupas estendidas em bancos da praça.
Moradores de rua tomando banho na praça.

Pessoas dormindo nos passeios da praça.

Vegetação servindo de varal.











Como eu já disse, existem lixeiras no local, mas apesar disso copos descartáveis, folhetos e outros tipos de lixo são jogados em seus jardins. No momento que estive lá, também encontrei garis, que faziam seus trabalhos diários (assim espero) de "limpeza" da praça. Além disso, outros equipamentos públicos como orelhões, bancos de praça e iluminação também estavam presentes.

                      
                    Bancos de praça e lixo no jardim.
Lixeira.


Garis trabalhando na praça.





Orelhões






















Pra variar, a pavimentação da praça também é feita por pedras portuguesas e novamente, assim como em vários outros pontos da cidade, por serem mal colocadas, as pedras acabam não aguentando as intempéries e se soltam com o tempo, deixando buracos espalhados em toda a área pavimentada. Restos de materiais de construção  também são encontrados na praça.

                      
                           Restos de materiais de construção.
Buracos na praça.











Por fim, vi que a praça ainda é viva e bastante utilizada pelos usuários. Há quem fique ali de bobeira, sentado à beira dos canteiros dos jardins pensando na vida, quem ande apressado de um lado a outro cheios de sacolas, há quem pare alguns instantes para ouvir os repentistas e rir das besteiras cantadas, há os vendedores ambulantes, engraxates e floristas. Há toda a gente que apesar dos pesares, usufrui do espaço que ainda resta, da sombra das copas das árvores e do prazer em apenas parar por ali e deixar passar o tempo, apesar da infraestrutura sucumbente, mostrando um contraste curioso de quantas Fortalezas cabem e passam por aquele espaço todos os dias.

                     
Florista.
Homens ouvindo os repentistas.
                    
       Mais pessoas descansando
      nas sombras das árvores.
Repentistas cantando.

Um comentário:

  1. O Centro da cidade é uma área de grande potencial urbano (esse conceito existe? pergunta de estudante de Psicologia hahaha), onde tem muita coisa a ser modificada, mas que, mesmo assim, é de uma beleza histórica sem igual!

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