Região de construções antigas vem tendo uma alteração do perfil (e dos imóveis) nos últimos anos. É possível mudar e conservar ao mesmo tempo?
Quem conhece o bairro Benfica, e em especial a Avenida dos Expedicionários há bastante tempo com certeza deve se lembrar do casario bonito que havia naquelas bandas e que sucumbe, há alguns anos, à chegada das torres residenciais e o comércio crescente, em especial o de confecções. Esse movimento é esperado e de certa forma acontece por toda a cidade, e infelizmente nem sempre de uma forma muito bonita ou correta, como no absurdo caso da Chácara Flora.
No entanto, o que vamos falar tem mais a ver com a dificuldade de se conjugar antigos edifícios com novas finalidades, num tempo em que demolir e construir se conjugam mais do que recuperar e restaurar.
Como exemplo, um dos casos mais recentes, onde havia a chácara "Zoza", que vemos abaixo, em imagem do Google Street View.
imagem: Google Street View |
Terreno não impermeabilizado em quase todo o lote. |
Essa casa, charmosa como já não se faz mais, deixou de existir há alguns meses, dando lugar a uma drogaria, como vemos na imagem atual.
terreno totalmente edificado. |
Desconhecemos a idade da antiga casa ou se possuía algum valor histórico, mas, nos dias de hoje, em que tudo é muito igual, pré-fabricado e quadradinho, é curioso que nenhuma empresa tenha pensado em adaptar e utilizar casas como essa, tanto como uma mostra de integração à região como pra dar um charme a mais ao seu negócio. Certamente, seria uma valorização da identidade do bairro que não passaria batida para seus habitantes, seja de que ramo fosse a loja. Preservando, assim, a urbanidade ainda tão presente no bairro.
Esse ano, o anúncio da derrubada do bangalô onde funcionou o Colégio Nossa Senhora da Assunção foi bastante impopular e levantou ideias de conjugá-lo ao condomínio a ser construído. Tomara que isso não aconteça só com os casos que chegam nos jornais.