A acessibilidade passou muito longe dali, em algumas partes a vegetação está um pouco mais alta que o desejável, mas está ocupada. A Lagoa do Opaia, no bairro Vila União, é um bom exemplo de espaço público ocupado e importante para a comunidade, mas que precisa de (muito) mais atenção e cuidados do poder público.
Num sábado à tarde, pudemos ver, às margens de toda a extensão da lagoa, a comunidade desfrutando do espaço comum apesar das deficiências do local. Equipes de futebol, praticantes de cooper ou caminhada, cadeiras sob as árvores, ou brincadeiras infantis como a pipa, desaparecida de outros bairros, estavam ali marcando presença. Ao fundo havia um pequeno circo de passagem, junto à parada final da linha de ônibus do bairro, mostrando a vocação do espaço para ponto de encontro da comunidade.
Não só as margens como a própria lagoa é utilizada pelos moradores. Além da lavagem de veículos, alguns se aventuram a se banhar por ali.
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Calçada inacessível e com mato crescendo. |
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Uma das ruas vizinhas à lagoa. |
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Equipamentos ociosos em meio ao capim |
Observando que só metade do entorno está urbanizada, com residências sem saneamento junto à area, provavelmente despejando resíduos na lagoa, já dá pra começar a observar que a urbanização do local é algo mais complexo que varrição, campinagem e limpeza periódica do local. As calçadas, que poderiam ser largas e acessíveis, sequer existem em alguns pontos. Em outros, se observa que veículos motorizados utilizam o espaço como atalho. Junto à parada de ônibus há acumulo de lixo em lugar proibido e sinalizado. Há parquinhos para as crianças, mas ao menos durante a tarde, estavam vazios, pelo mato alto e porque as estruturas, de ferro, não são muito convidativas sob o nosso sol.
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Moto circulando no passeio. |
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Trecho do entorno sem calçadas. |
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Aviso não é respeitado. |
Percebe-se que mesmo estratégias simples que vem sendo adotadas pela Prefeitura em outros espaços, como a academia ao ar livre, shows ao ar livre, oficinas ou algum tipo de aula para a comunidade não existem ali. Até mesmo detalhes como pintura dos equipamentos públicos, destoantes da identificação visual presente nas praças e parques da Prefeitura, ou mesmo a ausência de lixeiras denunciam que a atuação do poder público pouco vai além da limpeza periódica, reclamação antiga dos frequentadores.
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Onde poderia haver grama, equipamentos de ginástica ou mesas, só areia. |
De forma geral, duas coisas se destacam no local: a vocação da Lagoa do Opaia para área de lazer e socialização de um bairro conhecido pela vida em comunidade, e o esquecimento da Prefeitura em relação a ela. Ressalte-se que o local, em teoria, tem status de Parque conferido pela própria Prefeitura, há décadas. No entanto, além da situação encontrada, nem mesmo placas indicativas do local existem, o que colabora para seu esquecimento até mesmo dos moradores de regiões vizinhas, carentes de espaços públicos amplos.
é triste notar que as praças bonitas que ainda restam na cidade assim o são porque são cuidadas por particulares. A Praça Argentina Castelo Branco, no Bairro de Fátima, por exemplo... são os moradores do entorno que cuidam dela!
ResponderExcluirSe deixar a cargo da prefeitura, fica abandonada. Mas não é assim que deveria ser..
É lamentável, Paula. Nós também pretendemos visitar algumas dessas praças pra podermos fazer o contraponto entre essas áreas livres. E vai ser logo logo.
ResponderExcluirmuito bom o blog! temos mesmo que criticar e enxergar nossa realidade urbana como é se desejamos uma cidade melhor
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